Um país continental, um sonho audacioso, um presidente visionário. Em 1956, Juscelino Kubitschek anunciou ao mundo a intenção de transferir ...
Um país continental, um sonho audacioso, um presidente visionário. Em 1956, Juscelino Kubitschek anunciou ao mundo a intenção de transferir a capital federal do Rio de Janeiro para o interior do Brasil. Não era uma ideia nova — constava na Constituição desde 1891 —, mas seria sob o governo JK que o projeto sairia do papel e entraria para a história.
O coração do Brasil como centro do poder
Brasília nasceu da ideia de integração nacional. Construir a capital no Planalto Central era uma forma de aproximar o poder do povo, estimular o crescimento do interior e romper com a concentração litorânea. Mais do que um projeto político, foi uma afirmação de soberania territorial e visão estratégica.
“Brasília não é uma cidade apenas: é uma síntese do Brasil.” – diria JK em seus discursos. A ideia era ousada e enfrentava resistências, mas foi levada adiante com determinação e método.
Da prancheta à terra vermelha
O concurso para o plano urbanístico foi vencido por Lúcio Costa, cuja proposta inspirava-se em eixos cruzados e áreas funcionais. A arquitetura ficou sob responsabilidade de Oscar Niemeyer, que imprimiu curvas, leveza e monumentalidade em concreto armado.
A construção envolveu mais de 60 mil trabalhadores, chamados de “candangos”, que vieram de todos os cantos do país. Hospedavam-se em acampamentos improvisados e trabalhavam dia e noite para erguer prédios, ruas e monumentos no meio do cerrado.
41 meses que mudaram a história
Entre a pedra fundamental (em 3 de maio de 1957) e a inauguração oficial (21 de abril de 1960), foram apenas 1.261 dias. Um prazo considerado impossível até para os padrões da época, que foi cumprido com uma engenharia de guerra: turnos ininterruptos, logística militar e decisões administrativas centralizadas.
Brasília não nasceu pronta. Mas nasceu viva, simbólica, poderosa. Era a materialização do Plano de Metas e o ponto mais alto da proposta de JK de integrar o Brasil e projetar seu futuro.
Patrimônio mundial e capital da esperança
Em 1987, Brasília foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco — a única cidade construída no século XX a receber esse título. Sua arquitetura e urbanismo influenciam planejadores até hoje.
Mas, mais do que isso, Brasília representa um tempo em que o Brasil acreditava em si mesmo. Um tempo em que se construíam sonhos com tijolo e coragem.
"Brasília será um marco do nosso progresso. É mais que uma cidade: é a esperança materializada." – Juscelino Kubitschek
JK Hoje é onde a história ganha voz no presente. O Brasil precisa lembrar que já soube sonhar grande.
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