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Catetinho: o palácio de madeira que simbolizou a humildade de um presidente

Na paisagem árida e inóspita do Planalto Central, em meio ao cerrado vermelho e poeirento, um pequeno edifício de madeira se ergueu antes de...

Na paisagem árida e inóspita do Planalto Central, em meio ao cerrado vermelho e poeirento, um pequeno edifício de madeira se ergueu antes de qualquer outro prédio público da futura capital. Era o Catetinho, a primeira construção oficial de Brasília e residência provisória de Juscelino Kubitschek. Muito mais que um abrigo funcional, ele tornou-se um símbolo da simplicidade, da urgência e do compromisso de um presidente com sua missão histórica.




Erguido em 10 dias: a urgência da transformação

Projetado por Oscar Niemeyer e construído por soldados do Batalhão de Engenharia do Exército em apenas 10 dias, o Catetinho foi inaugurado em novembro de 1956. Recebeu esse nome em alusão ao Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, onde residiam os presidentes até então. No entanto, diferentemente da sede luxuosa e urbana, o novo espaço era rústico, funcional e provisório.

JK recusou-se a viver em hotéis ou estruturas confortáveis na cidade mais próxima. Ele quis estar com os candangos, no centro do canteiro de obras que viria a ser Brasília. E assim dormia em um colchão simples, em um quarto estreito, com paredes de madeira e sem conforto.

Mais do que um gesto simbólico

A decisão de se instalar no Catetinho foi uma demonstração prática de liderança e empatia. JK supervisionava pessoalmente as obras, realizava reuniões de gabinete ali mesmo e despachava com ministros e engenheiros enquanto a cidade tomava forma ao seu redor.

Era o presidente que trabalhava dia e noite junto ao povo — e isso teve repercussão nacional. Seus opositores não conseguiam desmentir a imagem de um líder que sujava os sapatos no barro do futuro.

Hoje, um patrimônio histórico

O Catetinho foi tombado pelo Iphan como patrimônio histórico e cultural. Hoje é museu e espaço de memória, aberto à visitação pública. Em seu interior preserva-se a simplicidade dos móveis, o quarto de JK, a sala de reuniões, a varanda onde tantas decisões foram tomadas.

Ali, cada tábua conta uma história. Cada prego remete a um tempo em que o Brasil acreditava mais no que podia construir com honestidade e espírito público.


“O Catetinho foi o símbolo da minha confiança no Brasil e no povo que veio construir Brasília comigo.” – Juscelino Kubitschek

JK Hoje é o espaço onde a simplicidade vira grandeza — como o presidente que dormiu sobre madeira e sonhou com o concreto da esperança.

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